François Hollande, presidente da
França, disse em seu último anúncio sobre a educação no país que pretende banir
escolas de passarem dever de casa às crianças como parte de uma série de
reformas para revisar o sistema
educacional francês. De acordo com o jornal britânico Daily Mail,
o governo afirma que é injusto que algumas crianças tenham a ajuda dos pais em
casa enquanto as que vêm de famílias "sem vantagens", não recebem
auxílio.
Como candidato, Hollande prometeu mudar o sistema acrescentando
um quinto dia de aulas nas quartas-feiras enquanto diminuiria o dia escolar.
Desde o século XIX, a Igreja Católica estipulou que as crianças teriam um dia
da semana sem aulas para estudar o catecismo.
Para a França, a nova decisão é algo revolucionário que derrubaria mais de um século de
tradição. Segundo o governo, os dias são muito cheios para crianças no sistema
atual e a quarta-feira livre poderia ser mais útil e produtiva na escola.
"A França tem o ano escolar mais curto, mas os dias mais longos",
acrescentou Hollande,
prometendo mudanças.
O ministro da Educação francesa Vincent Peillon decidirá ainda neste mês como proceder
à reforma. Ele afirmou que talvez compense dias escolares mais curtos cortando
parte das férias de verão dos alunos. Na próxima sexta-feira, especialistas
apresentarão suas conclusões. Atualmente, mesmo com quatro dias de aula,
estudantes da França passam 847 horas por ano na escola, enquanto outros países
contam com um total de 774 horas anuais. As aulas geralmente começam às 8h30min
e terminam às 16h30min, até mesmo para os mais novos.
Muitos pais, porém, estão com medo de que as mudanças exijam
cuidados para encontrar babás ou estabelecimentos que cuidem das crianças no
tempo extra do dia, já que na nova proposta as aulas terminariam
no horário de almoço. "É completamente irrealista", afirma Valerie Marty, presidente da
Organização Nacional de Pais. "Eles precisam resolver também quem tomará
conta das crianças depois da escola, quem financiará isso", completa.
O Ministério da Educação do país propôs mais atividades extracurriculares organizadas, como esportes, teatro e
artes para substituir o tempo livre que as crianças teriam após os estudos. Mas
isso implicaria em contratar funcionários treinados e, obviamente, mais dinheiro em um país que passa
por dificuldades econômicas.
Fonte: Terra
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