A maioria das estrelas – inclusive as que vão brilhar um dia no
nosso céu – já nasceu, segundo o mais abrangente levantamento feito da idade do
céu noturno. Uma equipe internacional de astrônomos descobriu que metade
das estrelas que já existiu no Universo foi criada entre nove e 11 bilhões de
anos atrás e que o restante começou a ser formado nos anos posteriores a esse
estágio inicial. Ou seja, o Universo está passando por uma “crise” na produção
de estrelas.
Segundo a previsão do grupo liderado pelo
português David Sobral, da Universidade de Leeds (Reino Unido), se a queda
continuar no mesmo ritmo do que já ocorre há cerca de 11 bilhões de anos, o céu
conseguirá criar apenas mais 5% das estrelas.
"A produção de estrelas no Universo
como um todo tem diminuído ao longo dos últimos 11 bilhões de anos – e ela é 30
vezes menor hoje em dia do que foi no seu auge”, explica Sobral. “Se esta
tendência continuar, não mais do que 5% das estrelas serão produzidas no
Universo. Nós estamos claramente vivendo em um universo dominado por estrelas
velhas; toda a ação do cosmos já ocorreu há bilhões de anos!”
O processo de formação de uma estrela
acontece de um jeito padrão e já não é mais um mistério para a ciência – elas
nascem do material expelido das nebulosas, áreas gigantescas do Universo
formadas de gás e poeira. Falta agora investigar o motivo da diminuição na
formação das estrelas.
Sobral ainda não tem a resposta, mas traz em
seu trabalho algumas
pistas: pode restar pouca matéria-prima das estrelas disponível, ou, o mais
provável, que esse material tem dificuldade de chegar até os berçários de
estrelas da galáxia. "No passado, era muito mais fácil [alcançar as
estrelas], pois parecia haver canais diretos que levavam este gás até ao disco
das galáxias, fazendo com que o processo ficasse muito mais rápido. Hoje em dia
parece ser mais difícil."
Fonte: Uol
Nenhum comentário:
Postar um comentário