sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

FACULDADE DO PE VENDE HORAS DE ATIVIDADE EXTRA


Alunos da Faculdade Maurício de Nassau (FMN), no Recife, reclamam que a instituição está vendendo horas de atividade complementar que deveriam ser conquistadas por meio de participação em seminários, palestras e monitorias e são pré-requisito para a graduação. Na FMN, campanhas periódicas permitem que alunos comprem mudas de plantas, cestas básicas ou material escolar e a própria instituição se encarrega de doar, creditando as horas no currículo do aluno. Procurada, a faculdade alegou, por meio de nota, que este modelo é aprovado pelo Ministério da Educação (MEC).

“Comprei dez cadernos e ganhei 20 horas. Sei que não é a melhor forma, mas estou perto de me formar e não tenho metade da carga que preciso”, disse uma estudante que não quis se identificar com medo de sofrer retaliações da instituição.
MEC e Procon
O MEC e o Procon não receberam nenhuma denúncia formal sobre a prática. Segundo o MEC, atividade que inclui compras é irregular e contraria as definições presentes nos instrumentos de avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). O Procon-PE também classifica a prática como lesiva. “No contrato firmado com a instituição, o aluno está pagando por um produto pedagógico, que deve ser respeitado. A faculdade está facilitando a vida dele, mas prejudicando o seu aprendizado”, disse diretor do Procon-PE, José Rangel.

O recurso é utilizado normalmente para estimular universitários a ter experiência prática no mercado de trabalho. O MEC considera como atividades complementares: participação em semanas acadêmicas, congressos, seminários, palestras, conferências, cursos de extensão, iniciação científica e monitoria. 
No segundo semestre de 2011, a Maurício de Nassau fez uma campanha de compra de mudas de árvores. A proposta era o aluno ir até a tesouraria, adquirir duas ou mais mudas e "ajudar a faculdade a plantar um mundo mais verde”. A cada duas mudas, o estudante ganhava uma hora de atividade complementar. “É como uma troca de bens. Eu compro e a faculdade dá a hora. É bom para quem está desesperado, precisando preencher a carga horária para se formar, mas no fundo não traz nenhum benefício para gente”, contou outra estudante, que também não quis se identificar.
Fonte: G1

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